Enem 'começa a ter a cara do governo', diz Bolsonaro

Declaração do presidente ocorre após a demissão em massa de servidores do Inep
Bolsonaro em visita à BRF em Dubai - Alan Santos/PR

Após 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deixarem o cargo por censura e pressão ideológica, nesta segunda-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano "começam a ter a cara do governo".

Em compromissos em Dubai, Bolsonaro indicou que “ninguém precisa ficar preocupado, aquelas questões absurdas do passado que caíam tema de redação que não tinha nada a ver com nada. Realmente algo voltado para o aprendizado”.

A expectativa em torno do Enem 2021, marcado para os dias 21 e 28 de novembro, aumentou com a debandada recente das dezenas de funcionários que alegaram intimidação e pressão psicológica para formulação das provas, que tiveram questões retiradas para não incomodar o Governo Federal. 

O pedido de exoneração coletiva também serviu como uma crítica pública à gestão do atual presidente do Inep, Danilo Dupas, acusado de incapacidade para o cargo.

A crise será levada ao Congresso

Bolsonaro sugeriu que o movimento dos servidores do Inep foi uma resposta ao corte de recursos. “Conversei muito rapidamente com o Milton [Ribeiro, ministro da Educação]. Seria bom vocês conversarem com eles, o que levou àquelas demissões. Não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo o que se gastava com poucas pessoas lá. Um absurdo, tá. Inadmissível o que acontecia. Então o Milton é uma pessoa séria, responsável, é do ramo, ele mandou mensagem para mim agora há pouco, diz que a prova do Enem vai correr na mais absoluta tranquilidade”, publicou o G1.

Devido à gravidade da denúncia, o caso saiu do âmbito interno e deve chegar à Câmara dos Deputados na próxima semana, quando será discutida a abertura de uma audiência pública sobre os motivos da exoneração coletiva.

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