Esperando o resultado do Enem? Saiba como aliviar a ansiedade

As notas estão previstas para serem divulgadas no dia 11 de fevereiro
É preciso controle para não deixar a ansiedade tomar conta - Freepik

O período de vestibular já é muito conturbado para os estudantes. Ainda que se tenha apoio da família e escola, o psicológico fica abalado, muitas vezes, com as expectativas do próprio aluno. Não é incomum que, nessa fase, muitos apresentem ansiedade, chegando até a desenvolver crises. Arritmia, falta de ar e sensação de perigo eminente são alguns dos sintomas de uma crise e o candidato não está livre de se encontrar nesse quadro até o resultado da prova ser divulgado. Pensando nisso, o Vai Cair No Enem conversou com psicólogas para saber o que fazer para aliviar a ansiedade nesse e em qualquer período. 

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Stella Avelino, psicóloga clínica especializada em terapia cognitivo comportamental (TCC), conta que já vivenciou na própria pele essa situação. “Ainda me lembro, no ano de 2003, quando todos da minha turma esperávamos ansiosos o resultado dos vestibulares que fizemos. Especialmente para as faculdades públicas”, relembra. “Realmente, não fiz uma boa prova pois estava doente nos três dias de execução. Mas me entristeceu ver o rosto de decepção do funcionário da escola, que viu o resultado pra mim pela internet!”, completa. 

A psicóloga, na época estudante, então resolveu partir logo para o plano B: “Como eu sabia que o resultado não tinha sido bom, já saí do local de prova direto pra uma faculdade particular pra me inscrever no vestibular do curso que eu realmente queria: psicologia. Mal sabia eu que minha mãe já tinha me inscrito no vestibular de outra instituição pro mesmo curso”, recorda. 

Stella aponta que é normal que o estudante sinta muita vontade de ser bem sucedido, afinal quem quer fracassar? E esse sentimento gera respostas do cérebro: “Nossa mente entende situações de risco e envia sinais pro corpo lutar ou fugir. Esse é o mecanismo da ansiedade. Seja um risco contra nossa vida (corpo) seja um risco contra a nossa subjetividade (dores emocionais, frustrações, desamor, etc.)”, explica . 

“Ou seja, nosso cérebro vai mandar os mesmos comandos pro nosso corpo, seja pra fugir de um tigre dente-de-sabre ou pra lidar com a desaprovação e a sensação de frustração e fracasso”, completa. Stella, juntamente com Bruna Marinho, também psicóloga, elaborou uma lista de técnicas e hábitos que os estudantes podem adotar afim de diminuir a ansiedade:

1. Respiração consciente

Respire com calma. Conte, se necessário. Sinta o ar entrando pelo nariz e saindo pela boca, percebendo a temperatura, a passagem do ar pela expansão e contração dos pulmões. 

2. Conte com uma rede de apoio

Amigos, família e até uma terapia se necessário pra poder falar sobre seus pensamentos, compartilhar sentimentos e ser ouvido, acolhido. Na maioria das vezes, desenvolvemos pensamentos disfuncionais que nos levam a acreditar que coisas terríveis vão acontecer, quando essa não é a realidade. Falar ajuda a organizar a mente.

3. Tenha bons hábitos de alimentação e sono

Sem isso, nosso corpo não entra em equilíbrio e estará sujeito a sintomas mais intensos de mal estar.

4. Faça coisas que gosta

Quando a gente espera uma notícia ou mesmo um evento muito desejado, os dias que antecedem parecem que não passam. Então invista em coisas que te tragam bem estar. Atividade física, dança, corrida ou caminhada em contato com a natureza podem ser úteis.

5. Busque terapias alternativas

Meditação, o uso de óleos essenciais, aromaterapia, velas terapêuticas, são ótimos aliados.


6. Coloque lembretes para sempre que pensamentos negativos surgirem

Lembre que seu valor não está atrelado a uma aprovação ou reprovação em uma prova. Muitos fatores podem contribuir para o rendimento de uma pessoa numa prova escrita. Seu valor é inquestionável.

As psicólogas reforçam que a ansiedade é um mecanismo necessário e sempre estará presente em nossas vidas, mas quando começa a causar prejuízos à saúde mental ou rotina do estudante, deve-se buscar mecanismos para diminuí-la ou, em casos de transtorno, tratar. “Nunca iremos zerar a ansiedade de nossas vidas. Ela cumpre com uma função importante para nossa sobrevivência. Mas podemos adotar estratégias de manejo quando percebermos que a ansiedade vai extrapolar os níveis de normalidade e vai causar sintomas desagradáveis, difíceis de lidar - como o pânico, por exemplo”, finaliza Stella.

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