Novo Enem: ainda vale a pena fazer o exame como 'treineiro'?

O especialista em avaliação do Poliedro Curso, Fernando Santo, fala sobre a reestruturação e candidatos desta modalidade
A reestruturação do Enem foi anunciada pelo MEC na última quinta-feira - Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Anunciado oficialmente na última quinta-feira (17) pelo Ministério da Educação (MEC), durante coletiva de imprensa em Brasília, o Novo Enem traz mudanças na avaliação a partir de 2024. A reestruturação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é reflexo da grade curricular do Novo Ensino Médio, que iniciou nas escolas em 2022. Em entrevista ao Vai Cair No Enem, o especialista em avaliação do Poliedro Sistema de Ensino, Fernando Santo, analisa que o novo formato avaliativo será mais moderno, com itens diferenciados, amplo e que respeitará as possibilidades dos estudantes. 

“A reestruturação do Enem acompanha tendências internacionais, como o próprio Ministério da Educação afirma, a exemplo do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Esse novo exame veio para modernizar e traz a questão da interdisciplinaridade”, aponta.

Em contraponto, o especialista também ressalta que a avaliação continuará a cobrar conhecimentos da educação básica, assim como, exigirá dos candidatos mais agilidade devido à nova estrutura, que contará, no primeiro dia, com quatro áreas, com itens abertos, e uma produção textual, ou seja, a redação. "Nesse contexto, pode-se dizer que será mais desgastante para o estudante", observa Santo. 

Em meio às mudanças, como ficam os treineiros?

Em todas as edições do Enem há sempre um quantitativo expressivo de candidatos treineiros, ou seja, estudantes que não estão no último ano do ensino médio, mas que realizam o exame para se familiarizar e medir o desempenho. No entanto, com a reestruturação, a presença dessa categoria de participante é questionada nos próximos exames. Porém, na visão de Fernando Santo, não haverá ausência ou diminuição significativa desses candidatos nos anos que antecedem as mudanças e pondera que, mesmo com as modificações, ainda é válido participar das edições na condição de participante treineiro. 

"Ainda que seja uma nova prova, é importante treinar todo esse cenário que a antecede. Não apenas os conteúdos, mas avaliar o preparo físico, o comportamento durante a aplicação, vivenciar o clima da prova com a família, o que é permitido ou não levar, administrar o tempo para a resolução das questões (...) é importante o aluno desenvolver a maturidade para a prova", salienta.

Diferente dos demais candidatos do Enem, os treineiros não têm possibilidade de isenção de taxa, que atualmente custa R$ 85. Ponto que pode pesar na decisão de alunos, que ainda estão nos primeiros anos do ensino médio, de efetuar ou não a inscrição. Sobre isso, o especialista em avaliação do Poliedro ressalta que é necessário cada participante avaliar o contexto para a tomada de uma decisão. "Nesse ponto, é necessário que o estudante avalie e, em caso de impossibilidades, buscar outros recursos para se familiarizar com o estilo de avaliação, a exemplo de simulados gratuitos, como também, provas de edições anteriores disponibilizadas no site do Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)", orienta.

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