Dá para 'chutar' no Enem? Veja o que dizem professores

Professores explicam possibilidade de chutar questões na prova do Enem
Prova do Enem - Elysa Assis/LeiaJáImagens

Por Elysa Assis

Com as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chegando, os alunos passam a intensificar cada vez mais seus estudos. Mas, mesmo dominando boa parte dos assuntos, em algum momento a dúvida por uma determinada resposta vai acontecer. Como último caso, o estudante pode “chutar” a alternativa e ter a possibilidade de acertar a questão.

Pensando nisso, o Vai Cair No Enem convidou professores do ensino médio para explicar alguns macetes e em qual momento o aluno pode usá-los.

“Macetes são estratégias que o aluno pode utilizar na prova de matemática quando não souber resolver a questão para maximizar a chance de acerto. Eles (macetes) devem ser utilizados como último recurso”, explica Caio Britto, professor de matemática.

Respostas sem sentido 

De acordo com o professor Caio, o estudante deve observar alternativas muito longe da lógica em relação a questão.  

“Em uma questão do Enem de 2021, que precisava calcular o volume de uma caneca, uma das alternativas era de dois litros, então se o aluno não soubesse responder poderia eliminar pelo valor ser alto”, destaca o professor.

Respostas semelhantes 

É necessário que em respostas semelhantes o estudante fique atento, buscando sempre padrões entre elas, especialmente em expressões algébricas ou equações. Por exemplo, se as respostas forem 8, 10, 40 e 78, existe uma maior possibilidade de ser 8 ou 10, por estarem muito próximas. 

“Não é 100% seguro, mas se você tem duas ou três alternativas mais semelhantes aumenta as chances que uma delas seja a resposta correta”, explica Eduardo Coelho, professor de matemática.  

Alternativas mais elaboradas  

Um macete que também pode ser usado para ajudar o estudante é de focar nas alternativas mais bem elaboradas e que façam mais sentido com o assunto da questão.  

“Em questões teóricas de química, na maioria das vezes, aquela mais elaborada, mais dentro de um conteúdo químico, termina sendo a resposta correta”, explica o professor de química, Berg Figueiredo.  

Conte as questões respondidas 

Em geral, a prova do Enem é bem elaborada e conta com uma certa organização de respostas. A quantidade de respostas “A”, “B”, “C”, “D” e “E” são quase que as mesmas, ou seja, se pegarmos as 90 questões do primeiro dia e dividirmos pela quantidade de alternativas, teoricamente teremos 18 respostas de cada uma delas. 

“Se o aluno marcou muitas letras “A” e muitas letras “B”, por exemplo, na hora de chutar ele deve escolher as letras que menos saíram, como “C” ou “D”. Claro que isso é uma última opção, mas pode fazer diferença”, finaliza Berg.

TRI  

A Teoria da Resposta ao Item (TRI) é utilizada no Enem para identificar o domínio do estudante em uma área específica do conhecimento. A teoria pode indicar se a questão foi respondida por um chute ou acerto, ou seja, ela pode ser considerada um “anti-chute”, segundo o professor de história Pedro Botelho.

As provas são divididas em níveis de dificuldade: fácil, médio e difícil. Por exemplo, se o aluno errar as questões mais fáceis, é provável que erre as mais elaboradas. Já o estudante que consiga acertar as mais difíceis e errar as fáceis, ficará subentendido que ele chutou.  

“A Teoria de Resposta ao Item é um sistema que não permite o chute. Eu acredito que é mais importante a gente estabelecer algumas tentativas de ler o texto, a fonte ou as referências daqueles textos de apoio e tentar estabelecer conexões com elas”, destaca Botelho.

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