
Após a bancada ruralista se manifestar e pedir anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, que abordam o agronegócio, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, afirmou que as perguntas presentes na avaliação não são para o estudante concordar, mas compreender os textos.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o presidente do Inep, responsável pelo Enem, defendeu os critérios técnico do certame e elaboração dos quesitos. Além disso, Palácios pontuou que não há motivos para anulação das questões citadas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). "Ninguém precisa concordar com o suporte do item, nem o item está perguntando se o estudante concorda. A questão quer saber se o estudante é capaz de compreender um determinado texto", frisou o responsável pelo Inep.
Ainda segundo Palácios, que vai comparecer nesta quarta-feira (8) na Comissão de Educação da Câmara a pedido de parlamentares ligados ao agronegócio, os professores que elaboram as questões foram selecionados através de edital público, em 2020, ou seja, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Os professores selecionados por critérios públicos abordam textos que têm circulação na vida brasileira, na universidade, nas escolas, na vida científica. Ninguém precisa concordar (...) a anulação desse itens só se justifica quando essa questão prejudica o estudante", afirmou ao veículo.
Ainda de acordo com o presidente do Inep, a anulação de um quesito do Enem só é justificada quando não há resposta correta bem construída ou não produz "informação relacionada efetivamente com a habilidade avaliada".
Pedido de anulação de três questões do Enem 2023
Parlamentares ligados ao agronegócio pedem a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023. De acordo com a nota emitida pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), os quesitos 89, 70 e 71, da prova branca, são "cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico".
Ainda segundo o comunicado da 'bancada do agro', as perguntas da prova, aplicada no último domingo (5), "são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista".
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