Entenda o conflito entre a Rússia e a Ucrânia

Para o Enem, é importante compreender as disputas e conflitos ideológicos e territoriais em escala global
Entenda o conflito entre a Rússia e a Ucrânia - Pixabay

O conflito que entre Rússia e Ucrânia vem chamando a atenção do mundo inteiro, especialmente nas últimas semanas. Para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é muito importante a compreensão e análise de disputas e conflitos ideológicos e territoriais em escala global.  

O professor de geografia, Filipe Melo, acredita que na prova do Enem desse ano não caia sobre essa atual invasão da Rússia na Ucrânia, mas que pode ser cobrado os acontecimentos desde a Guerra Fria até os dias atuais. “A aproximação da Ucrânia com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) faz com que a Rússia queira mostrar o seu poder como uma potência militar, bélica e econômica e dessa forma pode trazer reflexões da Guerra Fria, que teoricamente acabou, mas sempre está sendo ativa por conflitos. Sendo dentro das ações e territórios que faziam parte da antiga União Soviética, seja com os Estado Unidos se aproximando desses países na tentativa de mostrar o seu poder, tanto do lado oeste e leste europeu”, disse Filipe.  

Após o final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS) saíram vitoriosos, entretanto após a derrota dos inimigos se iniciou uma disputa de poder entre as grandes potências vencedoras. A história da Rússia e Estados Unidos começa a se intensificar no ano de 1947, quando o presidente americano Henry Truman faz um discurso no Congresso americano, afirmando que os Estados Unidos poderiam intervir em governos não democráticos. 

A Guerra Fria não gerou conflito bélico, mas as consequências da guerra de poderes entre essas duas potencias resultou em conflitos armados ao redor do mundo, como a Guerra do Vietnã.  

Ucrânia e Rússia  

O conflito se deu início em 2013, quando o antigo presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, se negou a assinar um tratado de aproximação com a União Europeia, se unindo a Rússia. O governo ucraniano afirmou que se negaram a assinar o acordo mediante ameaça dos russos, em cortar o fornecimento de gás da região e tomar medidas protecionistas contra os produtos ucranianos caso Yanukovich não assinasse o acordo com o país. Essa escolha gerou revolta e protestos pelo país, em consequência o presidente foi deposto de seu cargo e novas eleições foram feitas. Com a saída de Yanukovich, o presidente do parlamento ucraniano, Oleksander Turchynov assumiu o governo e deu início a uma campanha contra o governo da Rússia e a favor da União Europeia. Os pró-russos não apoiaram essa decisão, gerando mais protestos e acusação de golpe.  

Crimeia  

Após um ano, em março de 2014, o governo russo invadiu e anexou o território da Crimeia, que era uma república autônoma da Ucrânia, gerando conflitos político-militares até os dias de hoje. A comunidade internacional e países europeus foram contra a ocupação da república. Através da Organização das Nações Unidas (ONU) a Ucrânia e a comunidade internacional não reconheceram a agregação do território a Rússia.   

Para a Rússia o interesse na Crimeia também se refere a posição geográfica, que se torna uma ligação estratégica com o Mar Mediterrâneo, o Mar Negro e os Bálcãs.  

A Crimeia sempre tem fortes vínculos com os russos e isso se dá pelo fato de que mais da metade da população vem de origem ou descendência russa, gerando uma aliança entre eles. As razões pelas quais a Rússia invadiu e anexou a Crimeia partem de questões históricas, políticas, econômicas e culturais. Além de da região ter grande importância geoestratégica. A criação de um plebiscito (não reconhecido internacionalmente) é usada como argumento pela Rússia para a anexação da península.  

Economia 

A Rússia obtém muito gás natural, cerca de 19% das reservas globais estão no seu poder, sendo responsável por 40% do gás consumido na Europa. Caso o governo decida diminuir o fornecimento, a consequência será o aumento significativo do petróleo e do gás, especialmente em países europeus, como Bulgária e Eslováquia, que dependem 100% do fornecimento de gás dos Russos.  

O Brasil também sofreria consequências dessa atitude. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Brasil negociou um total de US$ 2,7 bilhões (R$ 14,3 bilhões) em produtos russos em 2020. Desse total, US$ 53,6 milhões (R$ 285,6 milhões) foram gastos na importação de óleos combustíveis.

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