Os dias da estudante Melissa Ferreira, de 17 anos, desde o início de 2022, são dedicados aos estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com o objetivo de ingressar no curso de direito, oferecido na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ela, que está concluindo o ensino médio, aproveita a reta final para as provas do exame, previstas para os dias 13 e 20 de novembro, para revisar alguns conteúdos e cuidar da saúde mental.

“Acho importante a gente que vai fazer o Enem, além de resolver questões e revisar temas, ter a saúde mental em dia. Então, nesse momento que falta menos de um mês para o primeiro dia de provas, eu estou cuidando mais dessa parte e tento me manter menos ansiosa”, explica ao Vai Cair No Enem.

A estudante ressalta que para se manter tranquila conta com o apoio principal da mãe. “Ela sempre esteve e está presente na minha vida escolar e não seria diferente no Enem. Ela sabe o quanto eu quero estudar direito em uma universidade pública, o quanto eu estou me dedicando para isso”, salienta.

A mãe de Melissa, Mônica Ferreira Sá, que é pedagoga, conta orgulhosa à reportagem sobre a dedicação e organização da filha com os estudos. “Melissa sempre foi muito dedicada, muito estudiosa. Mas, desde que decidiu estudar direito, no início do ensino médio, ele vem estudando muito mais. Eu sempre tento incentivar e ajudar da melhor forma possível”. Segundo Mônica, não há cobrança.

“Eu sei o quanto é difícil estar no lugar dela. Eu não passei por um Enem, mas sei o peso que tem um vestibular. Sei também que cobrar e exigir certas coisas não vai ajudar em nada, só atrapalha os estudos e o desempenho dela nas provas."

Família é fundamental no processo

Para a psicóloga e coordenadora do curso de psicologia da UNINASSAU Paulista, Márcia Karine Monteiro, aponta que a participação , desde que de forma saudável, da família neste processo final para o certame é fundamental. "A família é que vai dar o apoio, a paz a esse adolescente que está neste processo. O Enem traz muitas cobranças, é uma prova que gera uma situação de ansiedade muito forte e a família deve estar ali no momento para acolher esse estudante", explica.

Na véspera do primeiro dia de provas, Márcia reforça que os familiares podem auxiliar os participantes ao garantir, por exemplo, uma boa alimentação e momentos de lazer, como ver um filme juntos. "Tudo isso, vai motivar o estudante e eles vão entender que a família está firme e forte ao lado deles."

Em contraponto, a psicóloga pede cautela à família e expõe atitudes que não contribuem nessa reta final e podem atrapalhar o desempenho na avaliação, que é a principal porta de entrada para o ensino superior. " Não pode haver cobrança excessiva, porque nessa reta final não dá para estudar o que já deveria ter sido visto anteriormente, usar termos negativos do tipo 'você não vai conseguir', 'é melhor pensar em outro curso'. Esse é um momento dele [candidato], então, é preciso acolher.