Candidatos que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 na Escola Técnica Sequencial, Unidade Itaim, em São Paulo, relatam condutas incomuns dos fiscais do local de prova durante o primeiro dia de aplicação da avaliação, no dia 5 de novembro.
A estudante Letícia Accasto Pinheiro relatou ao Vai Cair No Enem que a avaliação iniciou no horário previsto pelo edital, ou seja, às 13h30. No entanto, por volta das 15h30, os participantes foram orientados pelo chefe de sala a pausar a prova. "Ele falou que quem quisesse, porque não era obrigatório, sair da sala, ir ao banheiro, descansar podia. Nisso, eu continuei fazendo a prova, fazendo a redação, preenchendo algumas questões e ele veio na minha mesa e pediu para que eu parecesse de fazer a prova", contou à reportagem.
Na ocasião, Letícia se recusou a pausar as resoluções e foi, mais uma vez, direcionada a fechar a prova. Além dela, outros estudantes se negaram a "tirar o intervalo". "Eu fiquei sem entender e disse que ele não poderia fazer isso. Ele me disse que estava seguindo regras e que era uma orientação geral da escola".
Letícia afirma que uma outra candidata chegou a questionar o fiscal sobre a possibilidade do intervalo, de cerca de 30 minutos, ser menor. "A gente pode continuar antes desses 30 minutos?", teria questionado a outra estudante. "O chefe de sala disse que iria verificar com a coordenadora. Cheguei a me questionar se houve mudanças na forma de aplicação da prova, porque fiz em 2021 e não teve isso", relembra.
Ao Vai Cair No Enem, ela aponta que o homem retornou para a sala com uma outra pessoa e, após conversa, foi liberado retornar à resolução das provas. “Eu não entendi muito bem e a gente voltou a fazer a prova. Não deu os 30 minutos certinho, mas, foi um bom tempo perdido ali”. A estudante alega que o intervalo e as conversas entre o aplicador e chefe de sala atrapalharam o desemprenho no exame.
“Eu não consegui responder todas [questões] de linguagem e meu gabarito ficou uma fileira em branco por não ter dado tempo de responder as questões, de humanas também faltaram algumas[questões], mas, menos do que linguagens”, frisa.
Realizando o Enem 2023 no mesmo local que Letícia, também estudantes Lucas Silva disse à reportagem que durante a aplicação da prova havia muita conversa entre os fiscais. “Isso já estava atrapalhando muito. Além disso, a todo instante, o chefe de sala ficava dando instruções sobre a priva e isso me irritou bastante. Quando chegou na metade da prova, ele orientou a todo mundo da sala a fechar a prova e ir ao banheiro, que era um intervalo de 30 minutos”, expõe.
Ao Vai Cair No Enem, ele conta que muitos candidatos questionaram a pausa. “Ele falou que estava seguindo orientações. Foram 30 minutos que poderiam me ajudar. Acabei passando 10 questões direto para o gabarito para não ficar sem marcação”, salienta. Os estudantes afirmam que não houve reposição de tempo e que não aconteceu pausa no segundo dia da avaliação, no dia 12 de novembro.
A reportagem entrou em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para falar sobre o caso, no entanto, até o fechamento da matéria, não houve retorno. Porém, o Vai Cair No Enem questionou Letícia sobre se houve contato, por parte do instituto.
De acordo com a estudante, na última terça-feira (14), através de e-mail, o Inep afirmou, pelo que ocorreu no local de prova, que ela teria possibilidade de realizar a reaplicação do Enem 2023, previsto para dezembro. “Eu já solicitei [a reaplicação] e estou esperando a própria Página do Participante responder a minha demanda".
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