Aprovada em 1º lugar em medicina na UFPE já tinha conquistado a 1ª colocação no IFPE em 2020

Rebeca Leal da Cunha Torres começou a participação nos processos seletivos aos 10 anos
Rebeca Leal da Cunha Torres - Reprodução/Instagram

Na última terça-feira (28), a estudante Rebeca Leal da Cunha Torres, de 17 anos, viu seu nome entre os aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2023. Mas, não foi apenas isso. Rebeca foi classificada em 1° lugar no curso de medicina ofertado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A colocação foi uma surpresa para a jovem, que ainda tinha dúvidas sobre a aprovação no processo seletivo.  

"Eu sequer sabia se ia (Sic) conseguir passar em alguma [universidade] pública antes de sair a nota do Enem. Quando eu vi a média de 809, também vi que conseguiria passar, mas só fui perceber que tinha chances do 1º lugar durante o Sisu", conta em entrevista ao Vai Cair No Enem.  

Esta não é a primeira vez que Rebeca alcança essa colocação. Em 2020, ela foi aprovada no curso técnico de química integrado ao ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), campus Recife, na primeira posição geral. "Fui para cerimônia sem saber que tinha sido 1º lugar na época do IF, eu tinha noção de que ia passar, mas não em 1º lugar", observa. 

Início cedo e incentivo da família

Incentivada pela família, Rebeca começou a participação nos processos seletivos, como os realizados para ingresso na Escola de Aplicação do Recife (FCAP/UPE) e Colégio Militar de Pernambuco, aos 10 anos de idade. "Começou com o incentivo da minha família que, desde cedo, me colocaram para fazer provas e poder ter acesso à educação pública de qualidade. Na época, eu não passei. Até chegar no 9ª, quando passei no IFPE em 1º lugar geral e na Escola de Aplicação do Recife". 

À reportagem, a, agora, universitária, conta que quando foi noticiada a aprovação no IFPE, os pais estavam em São Paulo, pois, a mãe realizava tratamento de câncer. "Ela passou nove meses internada no hospital entre a vida e a morte. Foi muito difícil, mas eu tinha muito como um objetivo poder fazer algo que fizesse ela feliz, mesmo no meio de tanta dor, que eu pudesse trazer um sorriso de alegria pra ela mesmo estando longe", relembra. 

Rotina de estudo e saúde mental

Para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, Rebeca teve uma rotina de estudos que começava às 7h da manhã e finalizava às 20h. "Eu passava a manhã no cursinho, a tarde na escola, resolvendo questões do cursinho, e à noite eu voltava para curso e ficava até umas 8 da noite. Eu não contava horas, dava o meu melhor todos os dias. Geralmente, isso era de 7/8h da manhã até 8 da noite se você contar os horários assistindo aula", menciona.

Mesmo com certo costume em seletivas e vestibulares, ela ressalta que no último ano do ensino médio passou por um período de autocobrança. "A minha família sempre me apoiou incondicionalmente. No terceiro ano, a cobrança foi inteiramente minha, porque, assim como eles diziam, eles confiavam em mim pra saber o quanto eu aguentava e o que era melhor pra mim", destaca. 

Para manter a saúde mental equilibrada nesse período de preparação, a estudante contou com o apoio incondicional da família, amigos e do namorado. “Foi fundamental o apoio da minha família, amigos e namorado. Eu não tinha nem tempo nem dinheiro pra pagar uma consulta com um psicólogo, mas eu cheguei a fazer [terapia] uma vez on-line com uma psicóloga que fazia um preço mais barato a depender da sua renda quando estava perto do Enem e me ajudou”. 

#studygram

Após a aprovação no IFPE, Rebeca ganhou visibilidade e muitas pessoas passaram a solicitar dicas, "perguntar sobre a minha rotina e como estudar. Foi aí (SIC) que eu percebi que eu poderia ajudar outras pessoas com a minha experiência e decidi criar uma conta no Instagram para isso", explica. Com o ingresso no curso de medicina, ela pretende dar continuidade ao projeto. "Eu pretendo mostrar a minha nova rotina como uma forma de inspiração para outros vestibulandos que ainda não chegaram lá, mas continuarei com o conteúdo focado em vestibulares", ressalta.

Para os estudantes que também desejam estudar medicina, Rebeca pontua que é necessário ter uma boa estratégia de estudos, fazer muitas questões, simulados e redações durante o ano. "A minha maior dica sempre é dar o seu melhor. Estudar e se esforçar até o limite é difícil, mas passar mais um ano em cursinho também, então precisamos escolher o nosso difícil".

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