Suspenso e alvo de crítivas, Novo Ensino Médio é tema de debate no Recife

Os desafios e perspectivas da implementação do modelo foram discutidos durante do segundo dia da Jornada Bett Nordeste
Jornada Bett Nordeste - Júlio Gomes/LeiaJá

Nesta quinta-feira (28), o Centro de Convenções, em Olinda, recebeu o segundo dia da Jornada Bett Nordeste. O evento, que reúne mais de 45 palestrantes e 22 expositores com novidades do setor de Educação, é palco de debates sobre aprendizagem, desafios e transformação educacional.  

Na ocasião, a primeira edição itinerante da iniciativa refletiu sobre os desafios e perspectivas da implementação do Novo Ensino Médio. O debate, mediado pela jornalista Margarida Azevedo, contou com a participação do Secretário de Estado de Educação do Mato Grosso do Sul, Hélio Daher, e o professor Rafael Herdy, do Pará. Trazendo um pouco das experiências nos Estados e sala de aula, os palestrantes trouxeram diferentes perspectivas sobre o modelo, que é alvo de críticas e se encontra suspenso para discussão.  

"Toda a política que é voltada para o Novo Ensino Médio, ela tem que olhar para a escola pública. Nós somos 85%, nós somos a massa. Nós precisamos dessa reforma. O antigo ensino médio não atendia a demanda, esse novo também não. Eu acredito que vocês professores, coordenadores, o chão da escola, precisam ser ouvidos. Não sou um professore de reclamar, mas, precisamos de uma escola estruturada. Antes de prensar no ensino médio, tem que se pensar em um laboratório, um espaço de recreação para os alunos, uma quadra, as refeições. Se a gente não tiver o básico, antes da implementação [Novo Ensino Médio], vai sempre consertar o avião em voo", frisou Rafael. 

Ao ser questionado sobre quando o Novo Ensino Médio será plenamente implementado,  o secretário Hélio Daher foi categórico. "Eu não tenho expectativas positivas de que esse esse projeto de lei caminha com tanta celeridade assim pelo simples fato de "se é para discutir, então, vamos discutir". Vai ser algo que, na minha opinião, não vai reverberar para o ano letivo de 2025, senão chegar até a metade do ano que vem [2024]. Já estamos em outubro, não há condições de implantar uma política pública faltando três meses para o início de um novo ano letivo", observa. 

E complementa: "Se isso não passa até a metade do ano que vem, provavelmente, que essa mudança sejam efetivas em 2026". 

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